terça-feira, 17 de junho de 2014

A Lua e o Ciclo Feminino


Assim como a terra, sendo a Mulher extensão da terra, ou a própria terra, a Mulher também é regida pela Lua, e assim, possui seus ciclos. É muito importante que esse ciclo seja respeitado, para sua saúde física e emocional, e seu desenvolvimento espiritual. Assim como a Lua, a mulher tem sua fase crescente, cheia e decrescente, e uma fase nula, como a chamada Lua Nova, que na verdade é a ausência da Lua. Dessa forma a Mulher também possui essa fase nula, ou ‘nova’, na qual se ausenta dos olhares, para um resguardo, um descanso, no qual seu brilho fica ofuscado, e que gradualmente vem reaparecendo, até durante uma semana brilhar com toda a força e todo vigor, justamente seu período mais fértil, na Lua Cheia.

Dentro de suas atividades em todos os níveis, em geral, inclusive nas relações entre as pessoas, em especial com seu companheiro, é fundamental que a mulher observe o seu próprio ciclo, da sua lua interna que rege seu ciclo menstrual, assim como da Lua Mãe, pois ambos os ciclos a influenciam, e quanto mais conectada estiver a Mulher com a Mãe Geradora, mais seu ciclo ira coincidir com o Ciclo da Lua. Alterações de humor, gênio, desejos, vontades, ânimos, criatividades, são muito comuns nas mulheres e muito naturais, quanto mais observarmos isso e relacionarmos com o nosso ciclo e o ciclo da Lua, mais vamos nos conhecer, e ter controle sobre nós próprias, sem depender de medicações e outras intervenções alheias, que ignoram esse conhecimento ancestral.

A fase ‘nova’, nula, ou de resguardo, em que há o fluxo menstrual, é um período em que a mulher está muito sensível, introspectiva, e também com um poder de percepção e intuição muito aguçado. Esse é um momento especial para a meditação, estudos, em especial para a conexão com a Mãe Terrena e a espiritualidade, pois seus centros e canais de energia estão mais abertos. Por esse mesmo motivo, para sua própria proteção, é interessante que fique recolhida para não ficar tão vulnerável a energias indesejadas nessa fase tão delicada, e poder aproveitar ao máximo esses dias, pelo menos os mais intensos. Além disso, nesse período, as emoções e os pensamentos sofrem alterações, que influenciam nas nossas relações pessoais, muitas vezes podendo gerar conflitos com aqueles que não possuem o entendimento das fases dos ciclos femininos. Somente com a maturidade e o auto-conhecimento vamos percebendo e compreendendo essas alterações, e esse momento de silêncio e introspecção é muito importante para essa auto-percepção e auto-controle mental e emocional.

Todas as sociedades ancestrais possuem esse conhecimento dos ciclos femininos e o respeitam rigorosamente e naturalmente, sejam sociedades indígenas ameríndias, africanas ou de outras origens. Mas o ritmo de vida e a deseducação atual moderna distancia a mulher de sua natureza e a faz dependente de inúmeras drogas, como os anticoncepcionais, por exemplo, que fazem com que as mulheres pensem-se livres por estarem decidindo quanto ou não gerarão um filho. Porém esse e outros métodos contraceptivos, assim como cosméticos e outros produtos feitos para as mulheres, são responsáveis por inúmeras doenças hoje muito comuns. Essa supressão de sua natureza encontra um efeito em cistos, feridas, infertilidade, e inúmeros problemas emocionais e psíquicos tão comuns nas mulheres “modernas”.

A riqueza e a saúde que podem ser trazidas para a vida das mulheres se simplesmente observarem o seu ciclo e perceberem-se como parte dessa terra Mãe maravilhosa que gera todos os seus frutos com Amor incondicional, proporciona um autoconhecimento e controle pessoal libertador, inclusive no próprio acompanhamento de seu período fértil e controle de natalidade, sem utilização de drogas e outros instrumentos incisivos.


CONTINUAR LENDO
texto de Luísa Benjamim


Conhecimento Natural


Essa relação com a Lua e com a Terra também se faz muito importante na forma como a mulher se relaciona com outros elementos naturais, que a possibilitam manter-se sempre em harmonia, e levar uma vida saudável. Naturalmente, todos os elementos que vêm da terra possuem uma forte conexão com a Mulher, e, na medida em que ela vai desenvolvendo suas capacidades intuitivas e aguçando sua percepção, pode utilizar esses elementos para a cura e a saúde sua e de seus próximos.

Uma alimentação saudável, estruturada nos elementos vindos de nossa amorosa Mãe é uma das principais formas de aos poucos irmos adquirindo essa conexão com a Mãe Terrena. Pois vamos nos limpando de toda a poluição e ingredientes artificiais colocados em alimentos industrializados. Ao nos alimentarmos dia-a-dia de alimentos vegetais, integrais, orgânicos, ou seja, o mais natural possível, vamos sentindo o gosto vivo de nossa Mamãe nos nutrindo, acostumando nosso corpo e nosso espírito a viver novamente como nossos ancestrais que tiravam tudo o que precisavam da terra, da floresta, da diversidade infinita de plantas e elementos naturais. Essa alimentação vai deixando-nos mais sensíveis, perceptivas e intuitivas, nos aproximando dessa sintonia, dessa freqüência com Mamãe, e assim vamos aprendendo a lidar e manipular os vegetais e minerais para a cura.

O estudo é muito importante, como diz Marcus Garvey, que podemos aprender tudo que quisermos através de boas leituras. O conhecimento é Universal, está em todas as coisas e em todas as culturas, se soubermos, à Luz da sabedoria e do discernimento, buscar boas fontes para enriquecermos nosso jardim com flores nativas e exóticas. Na busca do conhecimento através de leituras, juntamente com o desenvolvimento de nossas faculdades intuitivas e perceptivas, vamos adquirindo um conhecimento realmente libertador.

Dentro dessa busca pelo conhecimento, a relação com as plantas é a mais importante, pois é uma busca para uma vida inteira. Em especial para nós que vivemos na América Latina, temos o privilégio de termos uma biodiversidade imensa, com plantas que realmente curam tudo. Para a Mulher, em especial, essa busca é muito rica, dela perceber que os mesmos elementos que há nela, também estão presentes nessas plantas, assim como nos minerais[1], e reconhecê-los como companheiros para essa experiência terrena, que nos conectam com determinadas freqüências vibratórias, elementais, de cores, aromas e sabores, da nossa Mamãe querida.

O Homem e a Mulher Rastafaris são aqueles que estão mais na sintonia com essa forma de vida natural, em contato e conexão com essas forças naturais que nos nutrem não somente através da ingestão, mas com vibrações energéticas. Por isso muitas vezes é tão difícil para um Homem ou uma Mulher Rastafari viver na babilônia, pois estamos fora de nosso habitat natural. Assim como uma planta se desenvolve melhor dentro de seu habitat, diretamente plantada na terra em situações de clima, solo e demais vegetações adequadas, da mesma forma, um ser humano também necessita de água, luz, terra e ar, necessários para o desenvolvimento adequado de suas faculdades. Porém, estando fora de nosso habitat, recorremos a outras fontes, como a união entre os irmãos, as celebrações, orações e a utilização das plantas e minerais nas mais diversas funções para nos nutrir energética e espiritualmente da força necessária para realizar nossas atividades diárias e cumprir nossa missão.

A mulher tem um papel fundamental de ensinar seus filhos, maridos e irmãos a respeito de todo esse conhecimento natural, pois ela tem uma maior facilidade e sensibilidade para isso perceber. E possui habilidade natural de educar e transmitir os ensinamentos. Resgatando e transmitindo esses entendimentos, as futuras gerações irão novamente crescer dentro dessa freqüência e naturalmente a nova raça e o novo tempo vai assim se restabelecendo. Como diz no provérbio Africano:


“Educando um homem se educa um indivíduo, mas quando se educa uma mulher, se educa uma Nação”[2]


Imperatriz Menen, Santa Maria, Rainha Omega, Mãe da Criação, Mãe Terra, Mama África, Mamãe acolhedora, Eva, Sara, Ruth, Raquel, Rainha Makeda, Santa Ana, Isabel, Maria Madalena, Uma só Mulher, Todas em Uma, e Uma em Todas, desde o princípio até hoje, a mesma Mulher, é a força feminina desse Amor poderoso que ergue das maiores profundezas que possamos estar, eleva nas mais divinas alturas. Mostra o valor de ser mulher, retira e resgata suas filhas do mundo da ilusão lhes dando um valor nobre, como Rainhas, como MÃES DA CRIAÇÃO!!

Como Mulher Rastafari, considero que não há benção comparável ao auto-conhecimento de uma Mulher como uma Rainha, uma Deusa em carne, uma célula dessa Mãe Terrena, com a mesma força, vibrante, e pulsante, o elemento Omega/feminino de Deus, JAH RASTAFARI, a base, o chão, os pilares, a casa, o templo para seus filhos, marido e irmãos, a terra fértil, o mar transformador e purificador, o vento que corta e limpa, a chuva que lava, a água doce que restaura. A Natureza viva com tudo que se precisa. O brilho da Lua... que ilumina os caminhos e clareia a noite escura.


“Sobe tu a um monte alto, mulher portadora das boas novas de Sião. Eleva a tua voz, mesmo com poder, mulher portadora de boas novas para Jerusalém. Eleva-a, não tenhas medo. Dize às cidades de Judá: “Eis o vosso Deus”. Eis que o próprio Soberano Senhor JAH virá mesmo como alguém forte, e seu braço governará por ele. Eis que está com ele sua recompensa e diante dele está o salário que paga.” (Isaías: 40: 9- 14)

Mama Omega

Quero deitar nos braços de minha Mama Omega
Me pega no colo aconchega e me faz sorrir
Quero deitar nos braços de minha Mama Omega
Que me acalma, ampara e não me deixa cair

Veja a Rainha se levantando
lado a lado com o seu Rei
Com seu olhar está apontando
para o caminho do bem
Em uma das mãos o Livro Sagrado
suas Palavras são Lei
Na outra mão, a espada afiada
a injustiça contém

Quero deitar nos braços de minha Mama Omega
Me pega no colo aconchega e me faz sorrir
Quero deitar nos braços de minha Mama Omega
Que me acalma, ampara e não me deixa cair

Veja a Leoa se levantando
junto com o seu Leão
Durante o dia, enfrenta a caça
com seu rugido de trovão
Quando chega a noite alimenta seus filhos
ela lhes dá toda a atenção
Sua postura impõe respeito
e seus passos estremecem o chão

Quero deitar nos braços de minha Mama Omega
Me pega no colo aconchega e me faz sorrir
Quero deitar nos braços de minha Mama Omega
Que me acalma, ampara e não me deixa cair, não

Desafiou o mundo com Adão
Sempre fiel ao lado de Abraão
Com sua beleza encantou Salomão
Toda Poderosa Mãe da Criação

Das terras de Mãe África ela foi seqüestrada
Foi açoitada, molestada e maltratada
Mas mesmo assim resistiu a toda crueldade
com sua força, seu poder e sua dignidade
Ela é mãe de todos em má situação
Toda Poderosa Mãe da Criação
Concebeu e alimentou em seu ventre o Cristo Vivo
Pelo poder da Lua ordena todos os ciclos
É a que rege as ondas do Mar
os rios e as cachoeiras, mantém tudo em seu lugar
organiza as tempestades ao som do trovão
Toda Poderosa Mãe da Criação

A quem Jesus se revelou e amou mais que a todos
Defendeu de Mussolini a Etiópia e seu povo
Estava ao lado de Haile Selassie na coroação
Toda Poderosa Mãe da Criação
(composto em 2007)


Referências:

ASFAW, Menen. Discurso no 25º Aniversário da Escola Imperatriz Menen. 18 Abril, 1957.
__________. Discurso para a Associação Mundial de Mulheres. 13 de setembro de1936.
__________. Discurso da Vitória. 1942.
BARTOLOMEU, Evangelho Segundo. s/d
HOWELL, Leonard. The Promisse Key. 1935.

KEBRA NAGAST. E.A. Wallis Budge (tradução), 1932.

SELASSIE, Haile. My Life and Ethiopia's Progress: The Autobiography of Emperor Haile Sellassie I - 1892-1937 (Volume 1); 1999.

MICHAEL, Yared Gebre. Memorial for Empress Menen Asfaw’s Birth Day. Addis Ababa, 1950.
TIAGO, Evangelho Segundo. s/d







[1] Algumas das plantas que estão ligadas ao feminino é a Artemísia e a Alfazema. Dentre os minerais, podemos citar o Quartzo Rosa, a Turquesa e a Pedra da Lua. A utilização dessas e outras plantas e minerais devem ser utilizadas com cuidado, e muitas vezes evitadas, no caso de gravidez.
[2] Provérbio atribuído ao educador ganês Dr. James Emmanuel Kwegyir-Aggrey.


VOLTAR

texto de Luísa Benjamim

Santa Maria de Sião


Durante a invasão italiana, Imperatriz Menen rogou à Santa Maria, a Virgem Mãe, por auxílio, prometendo doar sua coroa pela liberdade da Etiópia. Nesse período Menen peregrinou por vários locais sagrados na Palestina, na Síria e no Líbano orando por sua nação. Com a libertação da Etiópia da ocupação em 1941, uma cópia da coroa da Imperatriz foi feita para ser usada por futuras Imperatrizes, e a original, usada por ela em sua coroação, foi doada em devoção à Virgem para a Igreja da Natividade em Belém. Desde então, ela passou a utilizar uma tiara no local da coroa.
Dentro da fé Crista Ortodoxa professada na Etiópia, da Igreja Tewahedo[1], Santa Maria possui uma posição central juntamente com Jesus. Maria é a própria Santidade feminina em sua plenitude, a Divina Mãe. Conforme lemos no Kebra Nagast[2], foi através da Sua Vida que Ela redimiu e pecado de Eva e glorificou e santificou a mulher.
Em Genesis lemos que foi após Eva transgredir a Lei e os mandamentos de JAH que a Humanidade passou a ficar vulnerável à morte. Também lemos na Bíblia, que a vida seria restabelecida através da vinda do Messias. Nesse sentido, se o pecado de Eva deu início a um novo estágio na vida da humanidade para uma realidade efêmera e com morte, Maria, ao dar a Luz ao Redentor, restabeleceu a Aliança da Vida.

“[...]E escutai esta explicação sobre o primeiro homem, que é nosso pai Adão. Eva foi criada de um homem, a partir de um osso de seu lado, sem abraço e união, e ela tornou-se sua companheira. E, tendo ouvido a palavra da malícia, de ajudadora de Adão, ela tornou-se uma assassina ao fazê-lo transgredir o mandamento. E, em Sua misericórdia, Deus, o Pai, criou a Pérola no corpo de Adão. Ele limpou o corpo de Eva, santificou-o e fez nela uma morada para a salvação de Adão. Maria nasceu sem mancha, pois Ele a fez pura, sem poluição, e ela redimiu a dívida dele sem abraço e união carnal. Ela deu à luz em carne celestial a um Rei, e Ele nasceu dela, e Ele renovou sua vida na pureza de Seu corpo. E Ele matou a morte com Seu corpo puro, Ele ergueu-se sem corrupção e Ele ergueu-nos com Ele para a imortalidade, o trono da divindade, e Ele ergueu-nos com Ele, e nós trocamos a vida em nossos corpos mortais pela a vida que encontramos que é imortal. Através da sedução de Adão nós sofremos aflição, e pela paciência resistente de Cristo nós fomos curados. Através da transgressão de Eva, nós morremos e fomos enterrados, e pela pureza de Maria, nós recebemos honra, e fomos exaltados às alturas. [...]” (KEBRA NAGAST, 1935, cap. 96).

O Cristo Messias que não poderia ser contido no Universo inteiro, foi contido no Ventre de uma Mulher:

Ele, que é insuficiente de ser contido pelos sete céus, estava contente por estar contido em ti [Maria]” (BARTOLOMEU).

Muitas foram as mulheres que antes ou depois de Maria deram bons exemplos de como proceder como uma mulher Santa, Guerreira e Rainha. Nesse tempo, o Glorioso exemplo que temos para nós Rastafaris é a amada Imperatriz Menen. Menen representa essa santidade feminina no tempo em que estamos, ela representa todas as mulheres que vieram antes dela, as mulheres bíblicas, as africanas de todos os povos e a própria Virgem Maria.
No Amor da Rainha Mãe a Mulher Rastafari possui o Amor incondicional e caridoso, a própria Santa Maria Viva, dentro de nós, como mostrava sempre a Imperatriz Menen em todas as suas boas ações e iniciativas políticas e religiosas.
Este estágio de Amor puro é adquirido na ingestão da Ganjah, que é a planta que traz como principal elemento esse Amor puro, incondicional, da Mãe, da Santa Maria. Em contato com essa planta, entramos nessa freqüência, e na vibração do Amor puro.
O Amor incondicional, trazido através do batismo do Espírito Santo de Jesus Cristo, é um sentimento, muito vivo nas Mulheres, que até por isso popularmente se chama de “Amor de Mãe”. A vibração trazida por Santa Maria é justamente essa vibração desse Amor puro, Maternal, incondicional, que chora e se alegra pelos seus filhos. Como lemos no Manuscrito abaixo, quando Maria e José, seu protetor zeloso, dirigiam-se a Belém, estando ela grávida instantes antes de iniciar o processo do parto.

“Quando estavam a três milhas de distância de Belém, José virou-se para Maria e viu que ela estava triste. Disse consigo mesmo:
– ‘Deve ser a gravidez que lhe causa incômodo.’

Ao voltar-se novamente, encontrou-a sorrindo e indagou-lhe:
– ‘Maria, que acontece, pois que algumas vezes te vejo sorridente e outras triste?’
Ela lhe disse:
– ‘É que se apresentam dois povos diante de meus olhos: um que chora e se aflige e outro que se alegra e se regozija’” (TIAGO).

A alegria e a tristeza, o sorriso e as lágrimas pelos filhos e suas escolhas que os levam a caminhos diferentes, mas nunca deixam de ser filhos. Maria traz essa natureza da Mãe que acolhe e recebe todos os seus filhos sem diferença, com um Amor puro, todos são seus filhos. Da mesma forma como as Mães Africanas curandeiras, as sacerdotisas de matriz africana, muito comuns aqui no Brasil, são um grande exemplo desse aspecto feminino, que acolhendo a todos que chegam em suas casas, com Amor e caridade para ajudarem em suas demandas na matéria e no espírito, sem perguntar da onde vieram, ou para onde vão.
A Imperatriz Menen, assim como A Virgem Maria, representam a Rainha Omega, a Mãe da Criação. Como fala Leonard Howell se referindo a Imperatriz Menen, em seu famoso texto The Promisse Key[3]:

“Falando para o Universo e a feminilidade do homem, a Rainha Omega, a Mulher etíope, é a Mulher coroada. Ela nos entrega seu livro que vem da autoridade suprema. Ela é a dona da criação.
[…]
Rainha Omega sendo senhora de vários mundos, ela está a cargo da energia nestes momentos."  (Howell, 1935).









[1] A Igreja Crista Ortodoxa da Etiópia foi fundada no século 4d.c.. A Etiópia foi a primeira nação a assumir oficialmente a Fé Cristã. Isso se deu após a conversão da então Rainha Candace da Etiópia, que se converteu após seu Eunuco ter sido batizado pelo Apóstolo Felipe, quando eles se encontraram, por acaso, em Jerusalém (Atos dos Apóstolos: 8: 26-39).
[2] Kebra Nagast, que significa ‘A Glória dos Reis’, é uma Escritura Sagrada Etíope que data aproximadamente do século 10, que tem como principal objetivo narrar a origem da linhagem Salomônica dos Reis da Etiópia iniciada pelo Rei Menelik I, filho do Rei Salomão com a Rainha de Sabá, nesse livro também são descritos princípios da Fé Cristã Ortodoxa.
[3] Livro escrito por Leonard Howell que narra a Coroação do Imperador Haile Selassie e da Imperatriz Menen para os Africanos em diáspora na Jamaica. Muitos dos princípios da fé Rastafari foram expressos pela primeira vez neste livro, e seu autor é, por muitos, considerado como o primeiro Rastafari, ou o primeiro seguidor de Haile Selassie na diáspora.


CONTINUAR LENDO

texto de Luísa Benjamim

Mães da Criação



Rainha Omega, a Mãe Natureza, Mãe Terra, Mama África, princípio gerador que cria e dá vida a todas as coisas. A Terra fértil, aonde tudo que se planta dá, cresce e se multiplica. Esse princípio gerador está em todas as mulheres, sendo seu útero o órgão físico que manifesta este princípio etéreo, a força feminina, da terra.


A Imperatriz Menen é a representação para os Rastafaris da Mãe da Criação, a Mãe Criadora, a Grande Rainha, A Maria Negra. Essa representação estende-se a todas as mulheres, e, se podemos associar a passagem apocalíptica (12:1), na qual uma Mulher vestida de Sol tem a Lua sob Seus pés e uma coroa sobre Sua cabeça, à Virgem Maria ou à Imperatriz Menen, também podemos fazer essa associação a todas as mulheres que se reconhecem nesse princípio essencial feminino. A Nova Jerusalém que desce dos céus (21: 2) são as próprias mulheres, em sua essência mística, estabelecendo o novo tempo, pela multiplicação, criação e educação das futuras gerações.

Não é a Mulher chamada Rastafari a quem se referem essas profecias, mas a toda a Mulher. Acontece que a Mulher Rastafari é aquela que busca esse entendimento em seus estudos e sua vida na maior profundidade possível, compartilhando, com Amor Incondicional, com todos e todas, independente de títulos, auto-afirmações, religião, credo, cor ou nacionalidade.


Ser uma Mulher Rastafari é ter a consciência da importância do ser Mulher, como Mãe, que educa, e passa o conhecimento e os valores necessários para a construção de um mundo. A Mulher tem o poder de criar, gerar, construir, transformar. Isso faz parte de sua natureza. Dentro do princípio Rastafari, a Mulher jamais pretende ser igual ao homem, cumprir suas funções, pelo contrário, espera que suas características próprias sejam respeitadas em sua diferença e peculiaridades, com um respeito absoluto.


CONTINUAR LENDO

texto de Luísa Benjamim

Imperatriz Menen e a essência da Mulher Criadora


A Imperatriz Menen é o exemplo máximo para as Mulheres Rastafaris, pois ela é o exemplo a ser seguido por aquelas mulheres que buscam serem Rainhas de acordo com os princípios e costumes originais/africanos.


Imperatriz Menen Asfaw [1] nasceu em 25 de março de 1883, na Etiópia. Assim como Haile Selassie, é descendente da antiga linhagem Real Salomônica Etíope, através de Menelik 1º, filho da Rainha Makeda de Sabá com o Rei Salomão. Além disso, também descende da linhagem dos nobres Etíopes Muçulmanos. Mas sua religião professada era a predominante na Etiópia, a Fé Cristã Ortodoxa.

Como uma mulher pertencente a uma dinastia nobre, teve uma educação destinada aos filhos e filhas dos antigos Senhores e Duques, recebendo um instrutor em casa. Teve uma boa educação de leitura e escrita de sua língua nativa. Além da educação acadêmica que recebeu, aprendeu a tradição etíope de tecer, e economia do lar.

Em 1911, Menen casou-se com Ras Tafari Makonnen. Em 02 de Novembro de 1930 assumiu o trono da Etiópia ao Seu lado. Era costume na Etiópia que a Imperatriz fosse coroada três dias após a coroação do Imperador. Ela não era considerada uma governante, mas apenas esposa do Imperador. Além de não receber os procedimentos tradicionais religiosos da Igreja, sendo coroada em casa pelo próprio Imperador de forma simbólica. Como nos conta o próprio Imperador Haile Selassie (1999), no trecho abaixo de Sua autobiografia, em Sua coroação, Eles mudaram esse protocolo.


“[...] Sucessivamente o serviço de coroação da Imperatriz começou. O procedimento para a entronização da Imperatriz é hoje muito diferente do que costumava ser anteriormente. Segundo nosso estudo do histórico da prática inicial, a Imperatriz não era ungida com o óleo da realeza, alegando-se que ela não compartilhava da regência com o Imperador. A coroa, sendo meramente simbólica, era bem pequena. Era no palácio que o Imperador colocava a coroa na cabeça dela, não na igreja. Isso ocorria no terceiro dia, porque não era permitido que ela fosse coroada no mesmo dia que o Imperador. Mas agora foi determinado, depois de consulta, que o Arcebispo deveria coroá-la e colocar o anel de diamante em seu dedo, e isso deveria acontecer juntamente com a coroação do Imperador [...]” (SELASSIE, 1999)


Imperatriz Menen foi coroada instantes após a coroação de Haile Selassie, recebendo as honrarias e sendo ungida pelo Arcebispo da Igreja Ortodoxa. Dessa forma, Imperatriz Menen assumiu política, religiosa e espiritualmente o trono Etíope, o governo da Nação e a Cabeça da Igreja, lado a lado ao Imperador Haile Selassie. Foi homenageada pelas lideranças de 72 nações, e recebeu ao lado do Imperador, todos os títulos destinados a Ele na Coroação, sendo Eles Um só corpo.

Durante Seu governo, Imperatriz Menen deu uma atenção especial à educação e à saúde, criando escolas técnicas como a de artesanato “Tafari Makonnem” e a de enfermagem “Imperatriz Menen”.

Ela lembrava em seus discursos e ações que as mulheres não poderiam ser esquecidas no que se trata à sua formação acadêmica. Apesar da época em que viveu, e da tradição conservadora de sua nação, Imperatriz Menen sempre garantiu que as mulheres tivessem iguais oportunidades de se graduar para não ficarem para traz com relação aos homens. Ela sabia do potencial que poderiam atingir todas as jovens mulheres que tivessem oportunidades de se graduar.


“[...] Sua Majestade Imperial Rei dos Reis acredita que não há nada melhor para o desenvolvimento do progresso do País, do que o desenvolvimento da educação. A este respeito, na sua vontade, ele construiu muitas escolas para meninos. Mas se as meninas são deixadas para trás, sem ter ensino regular, podem ter desvantagens [...]
Muitas jovens têm a oportunidade de serem promovidas ao nível mais elevado de educação após graduada nesta escola. Muitas delas estão trabalhando em escritórios do governo e em organizações privadas. Se as jovens do meu país têm a chance de ter uma educação culta, espero que elas possam contribuir muito, o que se espera delas como de seus irmãos [...]” (ASFAW, 1957)


Assim como Maria veio para trazer a purificação de todas as Mulheres, Imperatriz Menen veio mostrar o papel e a posição da Mulher no nosso tempo. Na época em que a Imperatriz Menen foi coroada ao lado do Imperador Haile Selassie, as mulheres eram tratadas como de segunda categoria, em posições subalternas, em especial a Mulher Negra, até pouco tempo escravizada na maior parte do mundo, e ainda em condições de trabalho subumanos, não muito diferentes das relações de trabalho escravo. Além das relações de trabalho, as relações domésticas e familiares não a favoreciam em sua dignidade e autonomia. Com relação ao acesso à educação, poucas e raras eram as que acessavam algum nível de graduação escolar. É nesse contexto social que a Imperatriz é corada como Rainha Negra Africana e Soberana ao lado de Sua Majestade O Imperador, mostrando ao mundo o local e a função que uma Mulher deveria assumir.


Sua presença como uma Rainha Africana, nos remete ao princípio da Vida, sendo a África a origem da Humanidade, e a Mulher Africana a Eva Negra, Mãe de toda a Humanidade. Sua imagem relembra a todas as mulheres, em especial as mulheres Negras, sua sacralidade e nobreza. Tendo o Ocidente embranquecido a Sagrada família de Jesus e os Israelitas, emerge da Etiópia uma Santa Rainha Negra, da Linhagem de Davi, defensora da Fé Cristã Ortodoxa.

Seu exemplo de vida é para Homens e Mulheres Rastafaris na força feminina da Criação. A Mulher possui o poder de gerar a vida, de criar e transformar. Conhecer sobre Imperatriz Menen, para os Rastafaris, é perceber a importância do equilíbrio entre o feminino e o masculino, sobre o respeito entre o homem e a mulher e suas funções e papéis complementares. É também um forte exemplo de que a mulher não pode nem deve jamais ser esquecida ou posta em segundo plano, como fazia a sociedade de sua época e em grande parte, mesmo que de forma velada, ainda se faz nos dias de hoje.

Mas independente das modernizações e direitos adquiridos pela mulher moderna, Imperatriz Menen ressalta a natureza da mulher que não muda nas diferenças históricas e culturais, que é sua grande influência e poder educacional. Ela tem o poder de influenciar e ensinar a todos à sua volta como filhos, sejam irmãos, amigos, empregados, pais, etc. Mas é sua instrução, seu conhecimento e sua sabedoria que resultará num efeito positivo ou negativo. Menen assim representa a força, o poder, a influência da mulher sobre sua família, povo, nação, e a humanidade.

Durante a invasão da Etiópia pela Itália em uma tentativa de colonização, Menen discursou pela paz apelando às mulheres do mundo, pois todas as mulheres perdem com a guerra, tanto do lado vencedor, quando do vencido. As mulheres, segundo ela, devem educar seus homens (filhos, irmãos, esposos) de que a guerra não é boa, e devem trabalhar incessantemente pela paz e o fim da guerra, principalmente se ocuparem posições de liderança em suas nações. Enquanto os homens se defrontavam em guerras políticas, ela apelava às mulheres mostrando que, independente de qualquer coisa, a guerra deveria ser evitada. Mas, sobretudo, ela apelava para que as mulheres percebessem sua força e influência em evitar esses conflitos, como principais defensoras da paz, e principais vítimas da guerra:


“[...] Embora as mulheres do mundo estejam vivendo em diferentes países com diferenças climáticas, todas as mulheres estão interligadas com o mesmo desejo e objetivos. Guerra é angústia e um problema da humanidade. O ato da violência e a guerra vitimizam maridos, irmãos e filhos de todas as mulheres do mundo de diferentes países, diferentes raças, religião. Guerra é uma destruição de famílias e pode tornar povos imigrantes. Então, mulheres são contra guerra. Nós sabemos que todas as mães italianas e mulheres sem filhos podem se preocupar com a guerra, visto que a guerra não é boa para nada. Portanto, todas as mulheres que se encontram no mundo devem prevenir a guerra antes que ela traga problemas e angústia. Elas devem colaborar com suas vozes e reclamar para evitar a guerra antes que venha a carnificina em ambos os lados [...]” (ASFAW, 1936).


Nesse discurso apelativo, no qual a Imperatriz rogou às Mulheres do mundo inteiro por União pela Paz, ela nos chama a atenção para a importância da solidariedade feminina. Na deseducação do sistema da babilônia, as mulheres se inserem em um esquema de relações sociais e pessoais em que a disputa e a competição predominam. Nessas relações, os preconceitos, diferenças e julgamentos são utilizados para desqualificar, inferiorizar umas as outras, sejam em relações comuns do dia a dia, até em contexto de relações internacionais entre culturas e nações diferentes. Acima dessas limitações das relações femininas impostas pela deseducação social, a Imperatriz Menen chama a atenção das Mulheres para o poder que têm a União entre elas, o poder revolucionário, transformador e construtor da solidariedade e lealdade entre as mulheres.

 Após a vitória da Etiópia e a expulsão dos italianos de seu território, Imperatriz Menen se dedicou à reconstrução da Etiópia, tratando dos assuntos que diziam respeito diretamente ao povo, visitando e ajudando na manutenção de hospitais, escolas e igrejas. Também realizou um discurso mostrando ao povo a importância da independência, da unidade e da liberdade para um povo, alertando para as estratégias da tentativa de colonização:


“Todos vocês sabem que esse país naturalmente verde e diferente de qualquer outro país Africano, nunca foi colonizado e foi governado somente por seus próprios reis. Depois de várias tentativas de colonização, a Itália propagandeou a guerra. Com essa campanha, a Itália tentou acabar com nossa unidade e dividir nosso povo. Existe alguém que não perdeu um parente durante a guerra? Alguns dos nossos cidadãos foram mortos por enxadas, pás e metralhadoras. Deus permitiu que a Etiópia fosse rapidamente vitoriosa sobre seu inimigo. Nós, os filhos dos cidadãos, sentimos orgulho quando vemos nosso país liberto de qualquer tipo de agressão e nós somos muito gratos ao Todo Poderoso. O povo etíope teve boas lições das experiências passadas, que nos fazem cooperar da mesma maneira que um filho e uma mãe, que se amam mutuamente. Foi isso que fez cada luta etíope pela independência e liberdade do país. Vocês vêem que um povo sem liberdade é uma vítima; como foi visto nos cinco anos de agressão. É verdade que nosso povo não odiava os governantes nativos, desde que mantivessem a língua, costumes e tradição do povo. Mas os italianos tentaram governar de maneira perversa. Durante a agressão, apesar do inimigo matar nosso povo, patriotas foram para o campo de batalha e outros foram para o exílio no exterior. Essa situação surpreendeu o mundo. Minhas senhoras e senhores nativos de Wollo, fomos livres por 3000 anos. Contudo, através da ajuda da Inglaterra e da intensa luta dos filhos da Etiópia, nós libertamos nosso país, nossa bandeira e o Rei da nossa terra mãe. Nós precisamos ser únicos e unidos.” (ASFAW, 1942)


Para as Mulheres Rastafaris Imperatriz Menen representa a sua força, seu poder, sua alegria e missão em ser Mulher. Para os Homens Rastafaris Ela ensina como eles devem tratar as mulheres, percebendo seu papel, suas necessidades e funções. Para ambos, ela inspira o Amor, o respeito, a justiça, o correto a ser feito, independente de ambições, progressos, etc. Sua vida ao lado do Imperador Haile Selassie mostra como uma boa união de respeito e governo lado a lado pode sustentar uma família e uma nação.




[1] A maior parte das informações aqui apresentadas sobre a vida da Imperatriz Menen encontra-se em Livro comemorativo escrito por Yared Gebre Michael, em 25 de março de 1950, por ocasião do aniversário da Imperatriz. 


CONTINUAR LENDO

texto de Luísa Benjamim

Introdução

O texto abaixo foi originalmente escrito em 2011 para compor a edição especial sobre a Mulher Rastafari da Revista Negarit da Colombia.

No Brilho da Lua: A Mulher na perspectiva Rastafari


Luísa Andrade de Sousa ‘Benjamim’


“Um sinal grandioso apareceu no céu: Uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua sob seus pés, e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas.”
 Revelação/Apocalipse (12:1)


Saudações de Luz e Amor a todos os Irmãos e Irmãs espalhados nos quatro cantos, à toda a família Universal de JAH Rastafari, o Deus supremo do Amor.

Antes de mais nada, gostaria de agradecer aos Irmãos da revista Negarit, em especial ao querido Irmão Rafael, que proporcionaram que esse encontro acontecesse. Fico muito feliz pela oportunidade da troca de Amor e Conhecimento. A convite do Irmão Rafael, estou aqui utilizando este espaço para falar um pouco sobre a Mulher Rastafari e o feminino dentro dessa Vivência, a partir da minha experiência até esse momento.

Vivo nesse caminho, me aprimorando há 6 anos, desde 2005. De lá pra cá algumas compreensões chegaram até mim sobre o assunto proposto, e com Todo Amor pretendo compartilhar com os Irmãos e Irmãs.

Em linhas gerais, a Mulher Rastafari é a mulher que busca a essência feminina, o que é o naturalmente feminino, o ser uma Mulher Original, ou, simplesmente, ser Mulher. Não é ser uma forma diferente de Mulher, mas buscar a raiz ancestral do ser feminino. Na vida de tantas mulheres que já vieram antes de nós, nossas antepassadas, vamos buscando a compreensão e o exemplo.


* * * * * * * * Projeto Omega Nyahbinghi * * * * * * * *

O Projeto Omega Nyahbinghi visa ressaltar o aspecto Omega (feminino) do Nyahbinghi.

Nyahbinghi representa VIDA. Princípio sem fim. Representa o retorno à vivência original, a resistência a toda a opressão e dominação, a tudo que nos desvia do caminho da Verdade. A maior representação da Vida é a batida do coração. Nas celebrações Rastafaris os tambores africanos representam através de seus toques a batida do coração-Vida-Nyahbinghi.

Assim, esse projeto consiste em ressaltar e fortalecer o feminino da vivência Rastafari, em elevar e destacar a Mulher Original – Rainha Omega I!

Esse projeto se faz importante pelo grande desconhecimento existente, em especial no Brasil, do que é e de quem é a Mulher Rastafari, e a que essa expressão se refere. O que acaba passando a impressão, para muitos, de que Rastafari é um Movimento especialmente masculino, quando não machista, o que não é uma verdade.

Omega Nyahbinghi é um projeto desenvolvido por Sistas Rastafaris no Brasil.

Objetivos:

Difundir e vivenciar, onde estivermos, os ensinamentos, vida e exemplo de Sua Majestade Imperial Imperatriz Menen I, em Seu aspecto Alfa e Omega, ao lado de Sua Majestade Imperial Imperador Haile Selassie I, Respeito, Equilíbrio, Amor.

Amar a JAH acima de todas as coisas e Amar ao próximo como a nós mesmos: Eu&Eu em JAH RASTAFARI

Ações:

SUSTENTABILIDADE

EDUCAÇÃO

SAÚDE

MÚSICA



Apoiadores e parceiros do Projeto Omega Nyahbinghi:

A Voz do Morro avozdomorro.blogspot.com

Beto Era betotatoo.blogspot.com/

Classe D fotolog.com/classe_d

Cultural Rasta Brasil

Davi Amen daviamen.blogspot.com/

Editora Deriva deriva.com.br

Instituto Cultural Congo Nya

Kalimbaria kalimbaria.blogspot.com

Kalimbaria Musical kalimbariamusical.blogspot.com

Leandro Sega fotolog.com.br/sega122znrj

Marcos Costa Graffiti spraycabuloso.blogspot.com

Mario Bands mariobands.blogspot.com/

Radio Praia do Pontal http://webradiopraiadopontal.blogspot.com.br/

Ras Felipe

Ras Sansão myspace.com/rassansao

Renê Dalton renedalton.com

Revista Negarit facebook.com/pages/Revista-Negarit

Roots Ativa rootsativa.blogspot.com/

Silvana Coelho fotolog.com.br/sicaracoladona

Wallace Bidu wallacebidu.blogspot.com